quarta-feira, 17 de abril de 2013

maioridade penal, pena de morte e liberação do aborto



Ricardo Costa de Oliveira
Redução da maioridade penal, pena de morte e liberação do aborto evitariam a produção social de ladrões assassinos de 17 anos ? Interessante como algumas agendas políticas de direita e de esquerda podem ser convergentes. Agora, governos de direita ou de esquerda e que realmente invistam nas escolas e nos professores ainda não vi por aqui. Comparemos o crescimento da população do Brasil com o crescimento da população de qualquer país com alto índice de desenvolvimento humano nos últimos 50 anos ? Muita gente para pouco pirão.

Dennison de Oliveira Nossas prisões são valetões e aterros sanitários, quando deveriam ser cefets e universidades. Levar crianças pra lá só as tornará criminosos profissionais, recrutados para organizações criminosas.

Alberto Durão Coelho Quando a gente põe o dedo na consciência, e reconhece que só por sorte escapamos de nos tornarmos menores infratores, apesar de termos sido crianças e jovens absolutamente quadrados para os padrões da época (no mínimo normais... ), nessa hora a gente sente como não pode ser mais do que o grito de dor a exigência de Justiça que todos fazem na hora de o drama e a tragédia baterem na porta da própria casa!
Não creio que seja pela suavidade das penas que falhe a Justiça brasileira, mas pela impossibilidade de a economia sustentar a presteza da investigação e do julgamento bem como de sustentar os mecanismos e instrumentos de reabilitação do infrator. Sei que divergimos sobre o papel do estado, por isso vou tão somente mencioná-la para questionar se o estado gasta bem os recursos que arrecada.

Douglas Rezende:há que se pensar que esquerda seria essa...quanto à direita, obviamente nenhuma surpresa.

José Mauro Cidral :Enquanto não colocarmos a Educação como prioridade, não escolhermos pessoas dignas e capazes para ocupar cargos públicos, e o bom exemplo partir de cada um de nós. Dificilmente teremos um país justo.

domingo, 7 de abril de 2013

A construção do socialismo no Vietnã



O embaixador vietnamita no Brasil, sr. Duong Nguyen Tuong, realizou hoje uma palestra sobre o tema “A construção do socialismo no Vietnã”,na sede nacional do Partido Comunista do Brasil. Bem-humorado e falando em português, iniciou a sua exposição lembrando que desde a independência do país,em 1945, o Vietnã luta para construir uma sociedade socialista. Com a queda da União Soviética e do bloco socialista na Europa Oriental, o Vietnã passou por grandes dificuldades; para solucioná-las, a partir de 1986, o Partido Comunista do Vietnã decidiu implantar uma série de reformas econômicas, permitindo a instalação de empresas privadas e adotando uma economia socialista de mercado,sem abdicar do controle estatal sobre os serviços públicos básicos e do controle político do país pelo PC. O Vietnã, nas palavras de Duong Nguyen Tuong,tem um modelo de socialismo próprio, com características vietnamitas, diferente do implantado na China ou na Coréia Popular, embora os três países pertençam ao bloco socialista hoje, juntamente com Cuba. A abertura ao capital privado favoreceu o crescimento da indústria e do setor de serviços, mas também possibilitou o surgimento de uma nova burguesia no país, com representação política no congresso, mas não no partido. Para evitar que a nova classe retire o poder das mãos dos trabalhadores, há constante vigilância popular, células do partido atuando nos bairros e aldeias e uma forte preocupação com o trabalho ideológico. A abertura ao capital privado foi inevitável, segundo o embaixador,não apenas por causa do fim da União Soviética, mas também porque o Vietnã era um país muito atrasado, feudal, e não havia condições para se “pular etapas”históricas. A construção socialista será obra de longo prazo, mas ele destaca algumas conquistas importantes, como os investimentos realizados na área da “economia do conhecimento”, para dotar o Vietnã de recursos científicos e tecnológicos. O camarada Duong Nguyen Tuong, que foi guerrilheiro durante a heroica resistência vietnamita ao imperialismo norte-americano, nas décadas de 1960-1970, elogiou programas sociais dos governos Lula e Dilma, citando especialmente o “Minha casa, minha vida”, e declarou que o Brasil pode dar um exemplo da participação da mulher na vida política – no Vietnã, elas representam apenas 20% dos membros do congresso e 10% do Comitê Central. Após a palestra, o embaixador respondeu a diversas perguntas da platéia, e no final do evento o secretário de relações internacionais do PC do B, Ricardo “Alemão” Abreu, anunciou que uma delegação do partido faria em breve uma visita ao Vietnã, para a troca de experiências entre os dois partidos.

Fonte:Claudio Daniel


O homem branco é o senhor, dono, proprietário dos cinco outros homens negros e mulatos. Os outros se encontram atrás. O primeiro à esquerda do senhor é mulato, está bem vestido. Ao contrário dos outros, deixou o cabelo meio liso crescer, penteou-o, fez uma risca no lado esquerdo, como o seu senhor. Mas não pode usar sapatos, privilégio e marca distintiva dos livres e libertos.

Tirar fotografia era uma operação demorada. Ninguém podia se mexer durante quase dois minutos. Outras tentativa já podiam ter falhado. O fotógrafo Militão, que fez essa foto em São Paulo, deve ter reclamado. Por isso ou por outras razões mais secretas, o senhor está zangado, de cara amarrada. O escravo situado à sua direita, assustado, encolheu-se. Na extrema esquerda, o homem com a varinha na mão - pastor de cabras ou de vaca leiteira na cidade - tem um olhar altivo, talvez porque traga nas mãos o objeto de seu ofício, que o distingue dos outros cativos, paus para toda obra. Na extrema direita, o homem de branco se mexeu: estragou a foto da ordem escravista programada pelo seu senhor. Vai apanhar. No seu rosto fora de foco vislumbra-se o medo. Vai apanhar.

Fonte: ALENCASTRO, Luis Felipe de. História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. p.18-19