sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A violência

Todos nos sofremos algum tipo de violência em nossa vida desde que acordamos até a hora em que vamos dormir.
Esperando em filas caudalosas ; no recebimento do SALário, no pagamento de impostos que nos retiram o pouco que temos para cevar os cerdos do sistema ; expremidos em coletivos de empresas que tratam o povo como números de seus cifrões assaltando nossa dignidade de pessoas e cidadãos até as violências sem máscara ,como outras formas tão banais quanto  como assaltos , homicidos ...
O abutre da miséria abre suas asas sobre as carcaças dos trabalhadores arrancando os restos de suas carnes , o povo no silêncio de suas passadas esmagam seus sonhos .
A violencia existe nas práticas e nas consciencias  das classes e estamentos que sugam o valor extraído pelo proletariado em  todo o sentido do termo e vampirizado pela classe dominante , parasitária e rentista, suína à medula .

Wilson Roberto Nogueira .

O pleito


As eleições servem como uma prova de fogo para os políticos , todos correm  em busca de votos, porque o que está em jogo é o poder e uma rendosa profissão com pouco trabalho.
Nesta época , o matreiro raposa velha usa de mil artifícios para convencer a galinha , que não vai entrar no galinheiro para  comer os pintinhos, ovos e galinhas. O demagogo mente com tal convicção que o dono do galinheiro abre as portas do galinheiro para a raposa se locupletar.
Alçado ao poder pelos votos dos iludidos, compradas pelos sofismas e pela embalagem, os políticos começam a trabalhar em proveito de seus bolsos e apadrinhados
O povo que espere acordado o dia em que promessas plantadas em campanha eleitoral deem como frutos, resultados satisfatórios aos cidadãos de menor poder aquisitivo que mantem o pais funcionando e são o sal da terra.
Existem homens públicos como também mulheres publicas competentes , que não fazem somente conchavos, não são venalmente corruptos ou simplesmente velhacos , as maçãs podres que conhecemos são muitas, mas elas estão lá porque os elegemos, mantendo-os ‘ad infinitum ‘ por nossa própria irresponsabilidade como eleitores.
Tantos casos de podridão lançados aos nossos olhos pela imprensa , tantos políticos de almas civis pútridas nos fazem crer ,ou melhor descrer dos nossos (supostos ) representantes , cobrem a nós de vergonha com as decisões fabricadas nas vísceras  de um sistema em ruínas .Aqueles alçados ao poder acabam tornando cumplices suas futuras vitimas , para isso entorpecem  e envenenam  a ética e a moral de um povo, com a miséria e a ignorância que fazem fermentar na massa o molde que bem entendem .
O povo diante deste abominável quadro  deixam de conferir , de dar aval através do voto o poder para legitimar a continuidade desta exploração , deste saque  que massacra a ideia de um governo do povo pelo povo. Ao não votar acabam permitindo que outros escolham , pessoas que exercem com plenitude sua animalidade politica.
Inquirir o candidato sobre sua plataforma de governo, pesquisar a vida pregressa do politico para a esmagadora maioria do povo brasileiro, cada dia mais despossuído é arar no deserto na esperança de uma super safra.
Sabemos da existência  de alguns honestos políticos , cada vez mais escassos , estarão extintos ?

Wilson Roberto Nogueira .Em meados dos anos 2000.

A invasão dos apartamentos


Da janela do coletivo vejo estarrecido os edifícios, cada vez maiores , como se quisessem esmagar as casas que ao lado estavam.
Os edifícios desprovidos de qualquer personalidade, monolíticos, de concreto, aço e vidro mostravam que ali chegaram para ficar pois a cidade está crescendo , não existe mais espaço para as casas; para a privacidade.
Ainda resistem algumas casas, herdeiras de uma nostalgia época onde o censo estético , o ‘elan’ europeu ditava as normas da arquitetura de uma cidade acolhedora , agora são peças de museus, quando não pertencem a entidades financeiras, redes de televisão ,politicas dentre outras.
Uma cidade que almeja ser metrópole, deve assassinar o que há de mais sagrado , o seu salutar provincianismo burguês , seu apego as tradições de se viver bem, como exemplo ser proprietário de uma casa confortável e não morar em uma colmeia humana chamada apartamento, local onde se desconhece o sentido da palavra privacidade.
Entretanto você trocaria a privacidade pela segurança sem pestanejar, a medida que uma cidade” incha” a segurança vai diminuindo. Talvez  seja esse um dos motivos dos edifícios estarem invadindo as urbes.

Wilson Roberto Nogueira.26/06/1992

Que Fazer ?


Imundície abarrotando as calçadas , conspirando contra a saúde dos populares.
Nas estradas os buracos e a precária sinalização fazem mais vitimas.
Bandos de marginais , pivetes , homicidas e estupradores andam pela noite , protegidos pela pouca iluminação , a policia com mal selecionado e reduzido contingente , correntes de equipamentos e mal selecionado e reduzido contingente, carentes de equipamentos e mal pagos, fracos para conter a avassaladora onda da criminalidade.
Mendigos perambulam a procura de alguma coisa nas latas de lixo, dormem nas portas das lojas, nos bancos das praças, alimentando-se da caridade alheia.
Nesta cidade só sorrisos, até o carroceiro sorri sem dentes , num riso triste. Urbe ecológica, não faltam árvores para dar sombra aos ‘sem teto ‘.
Agências bancárias, restaurantes , lanchonetes, shoppings, flats, edifícios , spa’s , ‘brotam a cada instante em algum canto da cidade , porque a fase de crescimento está apenas no seu liminar.
O progresso não é capaz de sepultar o quadro deplorável de miséria, um clamor ecoa em cada coração, algo precisa ser feito e com urgência urgentíssima , pois esta é uma realidade que a todos envergonha . A disparidade de oportunidades, logo sua concentração da renda, condenando milhões a marginalidade, enquanto uma elite cada vez mais reduzida saboreia os frutos do capitalismo sem limites.

Wilson Roberto Nogueira.1992.