Da janela do coletivo vejo estarrecido os edifícios, cada
vez maiores , como se quisessem esmagar as casas que ao lado estavam.
Os edifícios desprovidos de qualquer personalidade, monolíticos,
de concreto, aço e vidro mostravam que ali chegaram para ficar pois a cidade
está crescendo , não existe mais espaço para as casas; para a privacidade.
Ainda resistem algumas casas, herdeiras de uma nostalgia época
onde o censo estético , o ‘elan’ europeu ditava as normas da arquitetura de uma
cidade acolhedora , agora são peças de museus, quando não pertencem a entidades
financeiras, redes de televisão ,politicas dentre outras.
Uma cidade que almeja ser metrópole, deve assassinar o que há
de mais sagrado , o seu salutar provincianismo burguês , seu apego as tradições
de se viver bem, como exemplo ser proprietário de uma casa confortável e não morar
em uma colmeia humana chamada apartamento, local onde se desconhece o sentido
da palavra privacidade.
Entretanto você trocaria a privacidade pela segurança sem
pestanejar, a medida que uma cidade” incha” a segurança vai diminuindo. Talvez seja esse um dos motivos dos edifícios estarem
invadindo as urbes.
Wilson Roberto Nogueira.26/06/1992
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